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Teleconsulta: para melhorar o acesso à saúde

A rápida digitalização do mundo atual, acelerada pela pandemia de COVID-19, trouxe mudanças nos hábitos e padrões de consumo. Nos últimos meses, a internet tornou-se o veículo primordial na busca de informação, contacto interpessoal e aquisição de produtos e serviços.

O setor da saúde não passou ao lado desta transformação imposta e vive uma oportunidade única para se reinventar e procurar nas tecnologias da informação um dos seus motores de crescimento e adaptação aos tempos modernos.

A teleconsulta surge como uma resposta às exigências do presente, mas pode ser vista como uma solução a longo prazo. Trata-se de uma das ferramentas da telemedicina que visa o uso integrado de sistemas de informação e comunicação para divulgar conhecimento, prestar serviços à distância e permitir a comunicação entre profissionais de saúde e doentes não situados no mesmo contexto geográfico.

Em 2019, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) realizou 30.074 teleconsultas, o que significa um crescimento de 13,5% relativamente a 2018. Em média, foram realizadas diariamente mais de 80 teleconsultas. Vários projetos-piloto de telemonitorização de doença crónica em Portugal apresentaram resultados positivos, quer ao nível da satisfação dos utentes e profissionais, quer ao nível dos indicadores de saúde, como a diminuição no recurso às urgências, internamentos e reinternamentos.

Mas poderá o utente escolher livremente ter uma teleconsulta? A literatura científica frisa que a possibilidade de realizar uma teleconsulta deve ser sempre avaliada pelo médico. Caso seja possível e viável, essa poderá constituir uma das opções apresentadas ao utente que deverá decidir, em sede própria, se prefere ter uma consulta presencial ou via digital. Essa decisão cabe, em última instância, ao doente.

As vantagens

A teleconsulta melhora a acessibilidade aos cuidados de saúde, levando o SNS a um número maior de cidadãos, o que representa uma mais-valia para todo o sistema a longo prazo, favorecendo o acompanhamento dos doentes e a prevenção e, simultaneamente, diminuindo a incidência de doença.

Entre as principais vantagens da teleconsulta destaca-se, de facto, a redução das desigualdades no acesso aos serviços. Assim, um doente em qualquer parte do país poderá ter acesso a cuidados médicos especializados sem limitações geográficas, diminuindo as assimetrias regionais em saúde.

Por outro lado, na ótica do doente, a teleconsulta fornece conforto e conveniência; diminui os gastos com as deslocações bem como o absentismo laboral; e reduz o risco de infeção, já que o meio hospitalar é reconhecido por ser um fator de risco para eventual contaminação.

Na ótica do médico, a teleconsulta pode também ser uma alternativa mais eficaz na gestão do tempo da consulta e no acompanhamento do doente crónico.

Na perspetiva do sistema, esta ferramenta permite reduzir o consumo de recursos hospitalares e requer investimento limitado, uma vez que, para além da aposta em recursos humanos, exige um computador com câmara e microfone, software especializado e ligação à internet. Nesse sentido, a telemedicina surge como uma ferramenta ajustável às necessidades identificadas em saúde e como um elemento dinamizador que promove a interação entre os diferentes atores do setor. O seu objetivo prende-se com a articulação otimizada entre o doente, o centro de saúde, o médico de família e/ou o hospital de referência, com mais conforto, maior partilha e menores riscos para todos.

A telemedicina permite reduzir as tão temidas listas de espera em saúde, assim como os gastos associados a consultas de seguimento presencial, ao transporte de doentes e aos reembolsos do Estado. A teleconsulta promove uma maior racionalização dos investimentos e uma maior flexibilidade na gestão dos recursos.

A teleconsulta é ainda terreno fértil para a disseminação e partilha de conhecimento e fomenta a comunicação entre profissionais.

Desvantagens

Uma das desvantagens mais associadas à teleconsulta prende-se com a exigência tecnológica. De facto, é essencial que a teleconsulta decorra num ambiente favorável, quer para o doente quer para o pessoal médico. O doente deve estar munido de equipamento adequado, com uma ligação estável à internet. O profissional de saúde deve ter acesso a um sistema funcional, seguro, intuitivo e facilitador do trabalho, elemento essencial na adesão a esta ferramenta.

Sabe-se, porém, que a resistência a mudanças organizacionais e comportamentais são comuns nos serviços de saúde, mas a aposta em formação pode revelar-se com um importante fator na introdução da mudança e na cultura do desenvolvimento.

Muitas vezes a população envelhecida, que necessita tendencialmente de mais cuidados, pode ficar prejudicada no acesso a este tipo de soluções tecnológicas, mas cabe às entidades de saúde procurar soluções em conjunto com o setor social e as autarquias locais.

Embora a teleconsulta possa, em determinadas perspetivas, tornar menos humana a relação médico-doente, esta deve ser vista como um dos recursos disponíveis e não como o único meio de contacto entre profissionais e doentes. Não obstante, a teleconsulta representa uma perda na avaliação global, nomeadamente no que toca à linguagem corporal do doente.

A segurança e a confidencialidade dos dados clínicos são imperativas na introdução de serviços de telemedicina. Em termos éticos e deontológicos, a privacidade tem de estar assegurada e a humanização da consulta deve ser favorecida em contexto virtual, ainda que não haja contacto físico.

Em alguns casos a teleconsulta não é viável, como em situações de primeira consulta, em contexto de urgência e quando a avaliação do doente implica um exame objetivo.

Conclusão

A teleconsulta permite a prestação de mais serviços com menos recursos a um grupo mais alargado de cidadãos.

A telemedicina oferece vantagens na melhoria da prestação dos cuidados de saúde a todos os níveis, reduzindo – e por vezes eliminando – o impacto do fator geográfico na prestação dos cuidados de saúde.

A teleconsulta fornece maior conforto ao utente, combate o absentismo laboral e reduz os gastos nas deslocações.

O desenvolvimento de ações de formação permitirá aumentar a adesão às novas tecnologias e a aposta na qualidade dos sistemas operativos poderá suprir a existência de problemas técnicos.

A teleconsulta deve ser vista como um meio complementar e facilitador na relação médico-doente.

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